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1 ano da trilogia de ópera preta criada por Zudizilla


Esses três álbuns são um manifesto sobre as etapas de uma pessoa preta para ter vivências e experiências dadas como “normais” em uma sociedade de extremo racismo. A trilogia apresenta um universo denso do jazz, além das habilidades do artista enquanto letrista do rap mais clássico. “É importante entender que eu não tento ser atemporal. Meu som tem no seu cerne a quebra do tempo e é isso que a trilogia comprova. Eu construí uma obra completa e a dividi em três partes que sintetizam a narrativa de Zulu”, conta. A narrativa de Zudizilla se desenvolve a partir de suas experiências em um corpo de um homem negro e como isso afeta seus sonhos e possibilidades desde sempre. No vol. 1, o artista apresenta faixas sobre os sonhos e a chance de sempre perdê-los. Já no vol. 2, ele traz a luta para alcançar o poder de qualquer forma porque é só assim que vai conseguir respeito e resolver os problemas. 

No terceiro, Zulu se vê pai, traumatizado, ainda sonhador, ora com dinheiro e poder que não o protegem e nem lhe proporcionam segurança e nem acesso, ora com raiva, mas com uma vontade imensa de dizer pro mundo “eu quero ser comum”. Com muita pesquisa e admiração pelo cinema, Zudizilla afirma que se inspira na trilogia de vingança do diretor Park Chan-Wook, mas que no seu caso não repete a narrativa e os álbuns funcionam como três produções independentes da trama. O segundo volume da trilogia, “Zulu, Vol 2: De César a Cristo,” rendeu a Zudizilla o prêmio de melhor álbum do ano de 2022 pelo Prêmio Rap Brasil. Já ouviu essa trilogia? Qual seu álbum preferido?


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